O DESAFIO DA OPEP (The OPEC Challenge)
O DESAFIO DA OPEP
A Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tem, actualmente, a sua frente o grande
desafio de controlar o preço de venda do petróleo no mercado mundial, o que
contrasta com o seu interesse de deter a maior quota, mundial, de mercado de
petróleo. É de lembrar que, controlar o preço de venda do petróleo no mercado
mundial é um dos seus objectivos fixados a quando da sua criação em 1960. Portanto,
este desafio não é de hoje.
Ao longo destes anos, o
cartel tem tentado manter a sua posição mundial no mercado de petróleo. Esta é
uma tarefa que não tem sido fácil para a organização, uma vez que existem
fortes concorrentes como a Rússia, o actual maior produtor de petróleo a nível
mundial, e os Estados Unidos de América. Entre controlar o preço de venda do
petróleo e deter a maior quota de mercado, a OPEP tem enfrentado grandes
dilemas. Vejamos, para controlar o preço de petróleo a OPEP tem utilizado como
política a diminuição da produção diária de petróleo entre os países pertencentes
a organização. Esta é uma estratégia que resultou na crise do petróleo de 1973,
entretanto, beneficiando os países da OPEP uma vez que, o preço de venda do
petróleo passou de US$ 2,90 para US$ 11,65 por
barril em apenas três meses. Hoje, eu não acredito que esta política
venha a ter o mesmo efeito. Para começar, existe o facto de alguns membros da
OPEP dependerem muito do dinheiro do petróleo, o que os leva a não cumprir
rigorosamente com o acordo de baixar a produção diária quando sabem que podem
aproveitar-se do momento de alto preço. Isto é, a diminuição de produção diária
gera uma pressão sobre o preço de venda de petróleo que vai para cima. O
aumento do preço gera incentivo por parte dos países da OPEP mais dependentes
do petróleo, a não respeitarem o acordo e aumentar a produção gerando um
aumento na oferta, que depois gera uma pressão nos preços para baixo. Isto pode
ser considerado um efeito compensatório, apesar de não se poder verificar se a
diminuição do preço gerada pelo aumento da oferta é igual ao aumento do preço
gerado pela diminuição da produção diária, que antecedeu.
Portanto, eu acredito
que, a política de diminuição na produção diária do petróleo por parte da OPEP
terá um efeito no curto prazo, “aumento
do preço de venda”, mas no longo prazo este efeito será compensado, “com a diminuição do preço de venda”.
Outra razão que me leva
a acreditar nisto, é o facto de os seus principais concorrentes, a Rússia e os
EUA que detêm, cada um, grande parte da quota de mercado mundial do petróleo,
não fazerem parte dos acordos da OPEP. Ou seja, a Rússia com aumentos
sucessivos da produção de petróleo e sendo o maior produtor mundial, ganha
quota de mercado. Os Estados Unidos da América com o desenvolvimento da sua
tecnologia de exploração do petróleo de Xisto,
oferece uma alternativa ao mercado para os consumidores de petróleo. Por isso, a OPEP não cumpre a risca ao
que estabelece nos seus acordos quanto a diminuição na produção diária de
petróleo. Podemos verificar isto correndo os anos desde 1996 à 2016, onde vemos
os valores de produção diária de petróleo da OPEP sempre acima do alvo.
A
verdade é que, a OPEP não quer perder quota de mercado para a Rússia, nem para
os EUA.
Na semana passada mais
um alarme soou, num anúncio da OPEP sobre a possibilidade de diminuir a sua
produção diária de petróleo, para fazer face ao actual cenário em que o mercado
do petróleo se encontra, isto gerou um aumento no preço de venda de petróleo em
5%, no dia em que foi dado o anúncio.
A Europa é um dos
grandes compradores do petróleo produzido pela OPEP. O que significa que, tal
como provado em 1973, sente o impacto das decisões tomadas pelo cartel. O que
poderia acontecer na Europa caso o anúncio da OPEP venha confirmar-se na
próxima reunião, em Novembro, e que tenha credibilidade conduzindo ao aumento
do preço de venda do petróleo? Poderia esperar-se uma redução do consumo de
petróleo, um aumento do custo de energia que teria um efeito sobre a inflação,
uma diminuição do incentivo à compra de veículos dependentes do petróleo,
aumento no incentivo aos países da OCDE em encontrar fontes energéticas
alternativas para substituir o petróleo.
Portanto,
eu acredito que a Europa em geral não tem razões de preocupação quanto a
decisão da OPEP, desde que a Rússia e os EUA mantenham a sua posição actual. Em
suma, a OPEP continua a ter em mãos o grande desafio de transformar os efeitos
de curto prazo, da sua decisão, em efeitos de longo prazo.
Abstract (The OPEC Challenge)
This report was written
on the last 09/10/2016. I did not update the information because, I want to
make it a start point of the studies that I will be doing about OPEC from now
ahead.
Following the news arround
OPEC (Organization of the Petroleum Exporting Countries), I decided to write
about the challenge that the cartel faces. The OPEC has been dealing with the
2014 Oil decline, and, form there, looking for policies to push it up. The only
way till here found for that is to reduce the oil production. I believe that
the policy of decreasing oil production, in countries that belongs to the
cartel, works in the short run, but will not work to increase the Oil price in
the long run.
Príncipe Zanguilo
very good...!
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